27/08/2010

Cold Blooded

A primeira pergunta não pode falhar: Quem são, e como nascem os Cold Blooded?
A banda nasceu em novembro de 2009 quando eu e o Kizz estavamos numa esplanada em Carcavelos a fazer tempo para ir ao Casino do Estoril. Tanto eu, como ele, já não tocavamos há uns tempos e estávamos com pica para fazer algo. Visto que arranjar pessoal para tocar à toa nao é bem a nossa onda, andámos uns tempos a tentar arranjar pessoal amigo para tocar. O Kizz falou com o João Reis que apesar de ter muitas bandas alinhou para a segunda guitarra, eu lembrei-me do Serjan para o baixo e o Serjan falou com o Nélson, visto saber que ele tocava bateria mas nunca tinha participado num projecto sério.
Recentemente, o João deixou a banda por motivos pessoais (no heart feelings) e ficámos reduzidos a 4 elementos.

A banda rebentou aí, com gravações de grande qualidade e um myspace bastante bem apresentado. Foi importante para vocês mostrar uma imagem de grande profissionalismo desde logo?
Não considero que seja uma necessidade mas sim, apenas a nossa maneira de fazer as coisas. Tanto eu como o Kizz já gravámos no Mad Dog anteriormente e sabíamos que o Paulão conseguia safar uma cena porreira a um preço acessível por isso... porque não?
O myspace não foi tão easy, mas andei a bater ca carola uns dias mais o html e consegui safar hahaha

A pergunta tem de ser feita, como nasce o “ragga” no fim da Ten Years Stronger?
Ao contrário do que possam pensar, o ragga nasceu de uma forma natural visto eu ouvir muitas cenas tipo Wayne Smith, Ninja Man, Bounty Killer, por aí...
Basicamente, a ideia surgiu num ensaio, soou bem e como tentar fazer uma cena diferente sempre foi um dos nossos objectivos, o ragga ficou.

A banda é recente, mas já tocaram no Norte, no Sul, no Centro e em Espanha. Foi um ínicio a matar da banda... – a sangue frio?
Sempre! Haha
Planeamos a gravação da demo e juntamente com a demo decidimos marcar uns shows para divulgar a mesma. Digamos que não somos o tipo de banda que fica a espera que as cenas caiam do céu...fazemos por isso!

Quais foram as melhores experiências desses concertos? (O da Galiza está reportado na newsletter da Juicy Records, certo?)
Certo.
Até agora foram todos boas experiências, mas o melhor concerto foi sem dúvida o de Faro.
Notou-se perfeitamente que o público já conhecia as malhas e não tiveram medo algum de se mexer. Desde já, um abraço ao Rafa e ao pessoal de A Thousand Words, que são os gajos mais bacanos, simples e humildes com quem lidámos nos últimos tempos.

Tocaram, inclusivé, com os No Turning Back – para muitos a melhor banda europeia de hardcore da actualidade – como é tocar com um dos grandes? Muito nervosismo?
Sinceramente, a última vez que fiquei nervoso num show foi quando toquei com Madball no Clube Lua há uns anos, fora isso, é apenas aquele nervosismo normal à espera que corra tudo bem.

E se pudessem escolher com quem tocar, quem seria?
Provavelmente bandas que já não tocam há muito tempo..

São elas algumas das vossas influências? (Quais são outras que tenham?)
As nossas influências são bandas dos anos 90 tipo, E town Concrete, Redline, Fury of V, Krutch, Full Court Press, hip hop , dub, ragga, sei lá...

Do que trata, isto é, liricamente, as músicas dos Cold Blooded? Para quem não está – ainda – familiarizado com a banda...
Nas letras de CB pode aparecer de tudo, na demo a opção do Kizz foi falar mais sobre questões pessoais, como amizade (Ten Years Stronger) ou vivências (Bonus Track), o hardcore e a cena hardcore portuguesa também vão estar sempre presentes porque escrevemos aquilo que vivemos e sentimos.

Os Cold Blooded e a Juicy Records têm muitos projectos em conjunto (tour report, unveil das sessões de gravação, etc). Como surgiram estas ideias e, quantas mais – já agora, quais – poderemos esperar num futuro próximo?
O patrão da Juicy é um grande amigo nosso e tem acompanhado a banda desde o início. Já foi também intitulado de tour manager, por isso anda conosco para todo o lado e não se queixa (pelo menos na parte em que está a mergulhar na piscina).
Se vão haver mais projectos...não sei, não depende de nós mas sim do CEO da Juicy!

A vossa demo tem como “subtítulo” Part Three... Afinal, quais são as duas primeiras partes?
Protect your neck foi a primeira musica de Wu Tang Clan para quem não sabe. Mais tarde, o Ol’ dirty Bastard (RIP) fez a segunda e nós como ouvimos Wu tang dia sim, dia não, surgiu a ideia de fazer a parte 3.

O feedback em relação à mesma (e já agora, em relação aos concertos), tem sido o mais positivo?
O feedback tem sido positivo, temos vendido demos e os concertos estão cada vez melhores por isso até agora não nos podemos queixar.

Quais são os planos e os objectivos que têm como banda?
Apartir de Setembro vamos começar a compor novos sons para depois gravar um EP e tocar pela europa fora se tudo correr bem. A longo prazo, passa por gravar um cd com 10/12 faixas, tocar o máximo possível e divertirmo-nos acima de tudo!

Muitos têm sido aqueles que vêem a necessidade dos Cold Blooded acrescentarem uma outra guitarra ao alinhamento, como vêem vocês essa questão?
Argh... não nos preocupamos assim tanto com aquilo que os outros dizem mas é claro que sabemos que precisamos de uma segunda guitarra. Como já mencionei anteriormente, ir buscar um cromo da guitarra à toa não é, de todo, a nossa maneira de fazer as coisas, por isso, até não acharmos alguém amigo com quem nos sintamos bem a tocar e que goste da nossa onda...nada feito.

Em jeito de despedida, cinco álbuns que qualquer miúdo do hardcore deveria rodar na aparelhagem...
Qualquer miúdo do hardcore deveria e deve pensar por si e ouvir aquilo que lhe apetece.

Agradeço desde já a vossa disponibilidade e deixo este espaço à vossa disposição para dizerem o que vos for na alma e\ou apetecer.
Queremos agradecer ao 4 the kids pelo convite de fazermos esta entrevista, ao Diogo e Blasph pelas participações na demo, Ema e Juicy Records por todo o apoio, ao João Reis que apesar de não fazer parte da banda está sempre conosco disposto a ajudar, todos os que nos ouvem, sentem aquilo que tocamos e nos apoiam incondicionalmente, Makeda Perretta pelas fotos, Rosavelha Produções, We Ride e todo o pessoal de Vigo e, por fim, ao xRafax e aos A Thousand Words por serem sempre impecáveis conosco.

Ao 4theKids resta apenas agradecer a atenção, disponibilidade e interesse mostrado pelos Cold Blooded para a elaboração desta entrevista, desejando-lhes a maior sorte, pessoal, musical e profissional. Obrigado.

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