13/01/2011

For the Glory - Flash Interview

Prestes a lançar um dos álbuns do underground nacional mais aguardados do ano, os For the Glory acederam ao pedido do 4 the Kids e destaparam um pouco o véu daquilo que será "Some Kids Have No Face". Segue a entrevista, formato flash:



Para começar logo bem, afinal, quando é que sai o disco?

Boa forma e directa de perguntar.

O disco sairá durante o mês de Janeiro, mas poderá atrasar devido a questões de logística de prensagem, etc.Temos tudo pronto em relação ao artwork e só falta mesmo masterizar as músicas para depois enviar. Um questão de semana e estará nas lojas (ou num blogue de alguém).


Que surpresas se poderão esperar do disco? Algum tipo de colaborações com outros vocalistas ou membros de bandas?

Quando fazemos um disco, é algo especial é um pouco da nossa vida, da nossa vivência e da nossa luta diária que colocamos naquele bocado de plástico. Como tal, tudo é pensado (às vezes nem por isso mas pronto). Decidimos simplesmente colocar algumas pessoas por quem nutrimos a maior admiração, e aprendemos muito.

Amizades que já foram muito fortes, que se perderam e se reconquistaram, também temos novos amigos, pessoas que consideramos ser parte da família FTG.

Não acho a minima piada àqueles autocolantes com o “produced by” e “mixed by” e “qualquer coisa by”... tiram o mérito ao que tu fizeste. Compreendo que passe uma imagem apelativa à venda do teu produto, mas não quero que comprem o nosso disco por causa dos nomes que estiveram envolvidos na concepção do mesmo, sem ser o nosso obviamente. Portanto neste disco convidámos uns amigos para cantar uma música chamada THE PACK, que tem a ver com as nossas experiências e sobre quebrar barreiras (norte, sul, edge, vegan). Uma música sobre o sentido de comunidade, que é aquilo que o hardcore representa para mim.

Só houve pessoa que não pôde cantar porque não estava cá, mas ela sabe que também está lá representada. Para alguns deles foi a primeira que cantaram assim num estúdio... Resumindo foi uma grande noite.


Como nasceu a temática do “Some Kids Have No Face”?

O tema tem a ver com o simples facto de todos nós sermos apenas números e estatísticas para quem tem o poder, quem controla a nossa vida. Sejam os bancos, o estado, etc... seremos apenas mais número, metaforicamente não temos rosto, não temos cara e eles não veêm ou sentem o nosso sofrimento e a angústia de sobreviver numa sociedade negra que somente se interessa por jogos de poder e dinheiro.

Nós queremos ser mais que isso. Temos voz, temos ideias. Não somos apenas mais umas ovelhas no rebanho. Tentamos exprimir as nossas ideias seja através da música, ou através de simples conversas nos nossos trabalhos onde mostramos o que defendemos e acreditamos.


Será somente um conceito visual, ou terá igualmente impacto a nível lírico?

Como podes ver na resposta de cima e muito mais que imagem.


Este é o primeiro disco de For the Glory com o João Reis na guitarra. Podemos esperar uma substancial mudança sonora, face ao Survival Of The Fittest? (notar que SOTF fora gravado com JP)

Não há grandes diferenças, da mesma forma como o JP ajudou imenso na criação do SOTF, e a quem nós agradecemos para sempre o esforço que colocou na banda e é uma pessoa pela qual nutro uma consideração enorme.

O João é um míudo bem disposto, ele começou a tocar com FTG em Abril de 2010. Ele já vinha conosco para vários shows e um dia perguntámos se não gostava de experimentar fazer umas datas da tour porque queriamos ter duas guitarras, mas as cenas rolaram super bem e ele tem tudo a ver com a banda, é uma pessoa sincera e honesta, tem uma paixão enorme pelo core como todos temos e encaixou na perfeição.

É o solista de serviço e ajudou imenso no processo de escrita dos temas, como todos nós. Este disco foi escrito por todos sem excepção.


O que esperam alcançar com este disco? Com “Survival of the Fittest” deram imensos concertos lá fora, gravaram um vídeo... Afinal, o que vos resta fazer? Tour americana? Quem sabe, uma Tour Africana?

Não nos falta fazer nada, temos a banda por sermos amigos, não queremos ser algo que não somos. Vivemos cada dia de cada vez, queremos ter uma vida estável nos nossos trabalhos, comida na mesa e pagar as contas, queremos tocar quando nos quiserem a tocar, e queremos continuar a ser mais que uma banda, mas sim um grupo de amigos que nutre uma amizade forte, que criou um laço ao longo dos anos e que não se preocupa com a cena da música e das tours. Se fizermos tour bacano, se não fizermos bacano na mesma.

Todos temos vidas atarefadas portanto isto é um escape à nossa rotina diária.

Têm surgido propostas de tour na Russia, tour nos Balcans, etc... mas não podemos dar ao luxo de deixar as nossas vidas para trás e de deixar de meter a comida na mesa para ir a todo o lado. Vamos onde nos deixarem e vamos até onde conseguirmos.


Há uma pressão acrescida na banda, por serem unânimemente considerados como uma das melhores bandas Portuguesas e mesmo Europeias? Algum tipo de medo de desiludir?

Não considero,nem vejo as coisas desse prisma. Não temos que ser julgados, nem julgar ninguém. Quando lançamos um disco ou fazemos o que quer que seja com a banda, fazemos porque gostamos e estamos em sintonia. Não temo nada, apresentamos o que achamos que conseguimos fazer, foi um esforço que tivemos e tentámos ao máximo aproveitar estes tempos... tudo hoje em dia corre rápido, a cultura “fast food” está-se a aplicar ao hardcore e nós somos “slow food” por assim dizer... faz porque queres e sentes e não porque deves e tens, já dizia o Sam.

É a realidade, fazemos porque queremos e não esperamos ser julgados, apenas que disfrutem e apreciem, se não gostarem estamos bem na mesma, porque temos consciência que tentámos fazer o nosso melhor.


Quando é que se poderá ter um “cheirinho” do mesmo?

Creio que dentro de uma semana e pouca poderemos ter algo na nossa página na net, mas é uma questão de dias.


O 4theKids quer agradecer a disponibilidade, a abertura e a facilidade comunicativa que os For the Glory sempre demonstram quando solicitados pelos nossos pedidos, desejando-lhes a melhor sorte para o futuro da banda, musical e pessoalmente.


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